terça-feira, 10 de julho de 2012

A janela do menino

O menino descalço e desarmado apoiou-se na janela.
Ficou esperando o moço passar, pena que o menino não sabia se acalmar.
Ele não sabia se sorria, se chorava, não sabia o que esperar.
Mas continuou esperando, a mãe deu manga ele quis jabá, a mãe deu colo ele não quis nada.


E nada do tal do moço aparecer, o menino ficou triste e se foi.
O moço forte, meio alto, meio chato até chegou a esperar o tal do velho.
Continuou sem saber o que esperar, o amigo deu conhaque e licor, ele bebeu rápido demais.
Logo se chateou e foi embora sem deixar nada, nem amor, nem inimigos, só a libido aflorada.


O velho resmungão, que chegou se achando o dono da razão.
Quem imaginaria que só assim iria aprender?
Pôs-se então a refletir e respirar, e a resposta ele mesmo quis se dar.
Disse que de nada serviu esperar, é melhor sofrer alegre que chorar sem navegar.


E depois de tudo isso ele voltou a ser criança.
Pensando assim que a esperança não poderia atrapalhar.
Mas mesmo certo de tantos erros, o velho, moço imaturo esperançou.
Desta vez não esperou, foi atrás do que alcançar.


Álisson Bonsuet.


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