segunda-feira, 25 de junho de 2012

Patológica poesia

O enfermo qual vos fala nestes versos.
Sim, mesmo que só fale em silêncio, se encontra.
Se encontra encontrando outros verbos, outras lidas.
E formando a evolução de tua vida, teus amores de partida.


Nunca disse a amada sobre o prenúncio de minha morte.
Pois sou forte candidato se não tenho uma má sorte.
Só preciso de mulheres, de cigarros e um bom padre.
Sendo ateu então o descarte, meu descaro não é raro.


É errado então carregar-me de ilusões?
Se só vivo atrás delas mesmo havendo fortes ventos.
Ainda hei de parar no tempo, relembrando as doentias.
Só não posso seguir isento destas mágicas patologias.


 Álisson Bonsuet. 



sábado, 16 de junho de 2012

Fugaz Colombina

Ouvindo mantras quem sabes espantas o que te faz mal.
Escutando o sábio, que dentro de si, se abriga em paz.
Relendo viagens, passando em miragens, passado e passagens, bagagens. 
Bobagem tão linda, o escuro do jovem rapaz, o claro evolutivo, menino fugaz.


Tu passas por mim todos os dias, arrasta o vestido branco no chão.
E mela-o a cada minuto, o eu vagabundo, só sabe o que é mundo por alguns segundos te dando a mão.
Não prendo o poema, saio de cena, desfaço a rima, métricas e linguagens mínimas.
Me faço confuso, meus dedos são mudos, e deixo voar, um dia haverá de pousar minha linda Colombina.  


Álisson Bonsuet.



terça-feira, 12 de junho de 2012

Até o dia

Meu bem, se muda tão sem, em ciclo tão natural.
E no vai e vem, escrevo a quem, conheces como ninguém o que faz-me mal.


Estimo melhores navegações.
Espero florir nos vagões.
Espero o perfume da tão doce praga.
Da tão doce e amarga amada.


Se vejo em branco o papel.
É como a sentença do réu.
Me ponho a escrever que te amo.
Já ponho memórias e prantos em sorrisos tantos.


Álisson Bonsuet.



domingo, 3 de junho de 2012

O preço da felicidade

Trocando carinhos com a amada.
Tocando a dor de uma vida apaixonada.
Escrevendo em papeis frases que nunca irá ler.
Leituras exageradas e se é pra ser, é por você.


Impedido apenas pelo pudor e bom senso.
Já não me faz bem, são essas coisas sobre ser.
E se tudo é relativo ou paradoxal.
Para ser feliz deve-se haver algum mal.


É um perigo qual eu corro.
Deixar pra trás o que é defasado, o que é gasto.
Por pra frente esse novo, fazer-me noivo.
Fazer-lhe pouco tornaria-se pecado.


E se a menina dos meus olhos não abrir.
Não abro mão por desistir.
A vida segue e é assim.
Me preocupar seria um gasto.


Álisson Bonsuet.