terça-feira, 27 de março de 2012

Os "Lás" da minha vida

O que antes se fazia importante.
É o agora tão distante, tão lá.
Lá longe se foi mais uma vinda.
Aqui perto só o Lá, depois Mi, Ré...


E vou de ré ao retrocesso que me trouxe.
Eu abro mão, abro mente, dentes, sentes.
Com os sentidos apurados, sabes se safar.
Sabe quando perde, mas sabe bem como ganhar.


Tu eras minha, amada, só.
Foste, antes disso tudo, só a amada.
Só o lamento do sozinho, agora.
Só não chora, pro leitor não entender.


Álisson Bonsuet.





segunda-feira, 26 de março de 2012

Boa boemia

Os valetes valentes, na noite da minha cidade.
As damas impuras, cobrando a mando.
Ganhando vidas, perdendo pudores.
Perdendo amores e suprindo sabores.


Cigarros acesos são as únicas luzes.
Guiando os sujos, bêbados imundos.
Guiando o álcool, inflamável sensação.
Guiando ao fundo do poço, mais um moço, sem noção.


Mas é linda a minha noite, minha boemia.
Minha cerveja, meu Whisky, nada mais.
Só o sorriso da morena, talvez louca minha pequena.
Só a morfina acabaria com a dor do copo meu, vazio.


Álisson Bonsuet



quarta-feira, 21 de março de 2012

A lua desenhada

Como é bom querer chorar sem ter motivos.
Sem ter ao menos a noção do prejuízo.
Dizer-te antes de um amor correspondido.
Quero feliz aquela que sempre esteve comigo.


Desejo ainda que tu passes a me ver.
Com aqueles olhos cor de mel, cor de arder.
Saborear todo o poder de tuas carícias.
Especiais viraram vicio em minha vida.


Pois só hoje pude então perceber.
Que me faziam de refém, sem depender.
Sem precisar de uma outra vida egocêntrica.
Pois tendo a minha me bastava a consciência. 



quinta-feira, 15 de março de 2012

A casa por acaso

É engraçado como eu deixo livre ir.
E sempre errado, ela volta para mim.
É inevitável disfarçar essa vontade.
Inestimável, é o som da liberdade.


Se fizesse realmente o mal, meu bem.
Não voltaria para a casa em que se fez.
Se fez refém de uma alma, apenas fez.
Faz de coração, e faz o que ele manda.


E digo mais sobre este rico sentimento.
Por várias noites se tornou nosso lamento.
E por momentos se tornou nossa alegria.
A nossa casa hoje encontra-se tão vazia.


Então volta para que possamos errar de novo.
E aprender o que é a vida assim aos poucos.
Vem para o lar que te acolhe e te levanta.
Vem para o lado, pois ainda há a esperança.


Álisson Bonsuet.







segunda-feira, 12 de março de 2012

Paterno

O que ontem era-me doloroso.
O que ontem fazia-me morrer.
Hoje veio fortalecer, fazer crescer.


Não entendia seus valores.
Não entendia suas crenças.
Nem conseguia me entender.


Pobre de mim que pensei errado.
Ele estava sempre cronometrado.
Sabia manipular o tempo, o da vida.


O bom é que, ele não precisou ir.
Não precisou ir pra eu dar valor.
Agora entendi o seu amor, pai.


(Álisson Bonsuet)



domingo, 11 de março de 2012

Destino sempre certo que será incerto

E eu ainda amo um amor quase impossível.
Um daqueles que já sabemos, sempre é.
Me remete a pensamentos tão distintos.
É o destino que me faz sempre ter fé.


Não é aquela fé que os homens sentem.
Que creem em algo divino, divindades onipresentes.
É apenas a esperança de sonhar em tê-lo.
O amor que seja meu, aquele que é verdadeiro.


Conscientemente, já não minto para mim.
Seria perda de tempo, perda de juízo.
Se é que eu o tenho, se é que não me foi roubado.
Não posso e não vou fugir, o futuro está guardado.

domingo, 4 de março de 2012

Fazer valer

Dorme amor, amanhã o sol vai querer nos ver.
Dorme vida, eu sei que doeu para perceber.


Tudo tem seus ciclos e fases.
Tudo o que faço é sentir.
Perdão se pus nossas vidas nos mares.
Perdão se não posso sorrir.


Talvez seria pedir muito.
Mesmo que não pedisse nada.
Só quero o que sempre foi meu.
Mas sei, abandonei nossa estrada.


E se o poeta não vale de nada.
Lembra do amor sem igual.
Ainda amava o momento.
Passava lento, tudo sempre surreal.


E se nada é certo, eu também não seria.
Ter você por perto, ter de volta a magia.
Querer-te é pedir muito, pois tudo é você.
Querer-te é pedir mundo, o antigo prazer.


Álisson Bonsuet.