terça-feira, 27 de agosto de 2013

Pena de poeta

Quando alguém vier pra te dizer.
(Por ilusão ou atrevimento)
Que te esperou por uma vida.
Acredite antes em mim.

Hoje ando tão assim, sem rima.

Nos bares, caindo em cada esquina.
No choro, da janela na menina.

Os amigos, trago no peito.

Dois cigarros amassados.
Amassando um ser sujeito.

Se te amo é por ser novo.

Se te odeio, meio otário.
Se é novo não é sábio.
Em teus lábios sou desgraça.

Alma velha é como a dor para um bom samba.

É o tempero do poeta.
Deve haver coisa que sangra.

Mas você já me conhece.

Seu eu tiver algo que preste
Entenderá um verso assim.

Mas você sabe que é drama.

Se a saudade não reclama.
Ainda faz parte do fim.

Álisson Bonsuet

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