terça-feira, 24 de abril de 2012

Carta para a vida

Estou tão leve que quase sinto-me tocar o céu.
Trocar o papel, trocar palavras, sem sal, sensatas.
Estou tão bem que resolvi escrever-te.
Resolvi então ler-te, participar de nós dois.

Estive pensando na vida, na minha, que é sua.
Ciúmes são tristes que pintam as ruas, sujas, nuas.
Quero te ver e ter a todo momento, sonhando, dizendo.
Não vou deixar-te nem por um instante, as fotos são fatos importantes.

Álisson Bonsuet.


quarta-feira, 18 de abril de 2012

A canção que não me cansa

Este amor baseado em estória real.
Pra rei nenhum botar defeito.
Que feito criança, se joga, descansa.
Em teu peito uma lança, alcança, alma.

Se não houvesse tais barreiras.
Não haveria sequer descobertas.
Então sem ser escravo do "se".
Se joga, mais e mais e mais, não cansa.

Canta os hinos de nossa paixão.
Relembra os discos que ouvíamos à tarde.
Me invade e traz consigo todas as canções.
As emoções são por nossa conta, esteja pronta.

Estou no aguardo, com a porta aberta.
Nunca a fechei, não por completo.
Uma vez dá certo outra não.
Mas e daí se é idiota o coração?

Álisson Bonsuet.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Malas prontas

Os dias se passaram e o frio ainda fica.
Lembrei-me ontem o motivo da partida.
Já não sei se é bom pra mim, se foi.
Foi bom para os dois, talvez o afastamento.

Se instala em meu peito uma dor antes sem vida.
Se instala em minha vida um amor e seus defeitos.
Que de tão perfeitos, me fazem refém, aqui dentro.
E pra fora, só sentimentos, jogados ao vento, veneno.

Álisson Bonsuet.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Abiose

Logo hoje que eu pensei saber da vida.
Os sonhos de esquinas, malditas.
Borram-me a visão, queimam-me o peito.
Olho direito, enxergo a maçã da canção.

Foi-se embora tudo o que havia dito.
As frases que havia escrito, omisso.
Bateu um medo, frio, desespero, desapego.
Inteiro não, só feliz, feliz só, nem sempre quis.

Ainda hoje eu pensei em lhe falar.
Não é atoa a atordoada sensação.
Amor seria isso então, o contrário, ou não.

Sinto-me leve, traga-me a paz.
Trague-me mais, ordeno que ame.
Diz-me então não poder obrigar, aceitar.
Acertar seria um erro, defeito, a cometer.

Além do ego e da misteriosa razão.
Eu quero agora a feliz erupção.
Sexo, liberdade de expressão.
Ainda peço alguns minutos de emoção.

Álisson Bonsuet

 

domingo, 8 de abril de 2012

Profana aventura

Verdades de mente doentia.
A mente que é minha, que me habita.
Que me habita alegria, alergia.
Não posso pensar, sonhar egoistamente.

Caminha com a minha, não mentes.
Entendes, descrentes de meu amor.
Descentes, despudoradas ou não.
Solene, momento de felicidade.

Se perde, em tanta loucura passageira.
Se mete, vai lá e me enche de besteiras.
Perdes teu tempo e o meu.
Ganhas se descobres o que leu quem escreveu.

Álisson Bonsuet.


quarta-feira, 4 de abril de 2012

Unhas e cigarros

Vejo, sinto, sou, cego.
Passa, amassa, volta, beijo.
Calor, sem febre, saudável.


Pensamentos diversos.
Sentimentos alheios.
Arrepios eternos.
É ter no teu ventre.


Não vendo isto.
Sem ver ou haver.
Não compro aquilo.
Só por prazer.


Mas se é por prazer.
Por prazer que a gente faz.
Desde os nossos ancestrais.
Isso e aquilo se encaixam.


Mas se é por estrofe.
Já não sentes o mesmo efeito.
Se é com letras que me deito.
Só descanso em teu peito.


Álisson Bonsuet



terça-feira, 3 de abril de 2012

Cargas iguais

Das rosas onde só o espinho era enxergado.
Do lado onde só se via um lado.
De todo o calor indesejado.
Agora se pôs oposto, se pôs amado.

Pois se ama ou aniquila, todo este estranho encaixe.
Pois é certo que as cargas se repelem ou se atraem.
Mesmo que por um primeiro empasse.
Tudo passa, e o esquecido é deixado para trás.


Álisson Bonsuet