sábado, 12 de outubro de 2013

Américo quase XX

Toma um café, cheira o sovaco, coça o saco e senta no vaso. Américo acordou mais cedo hoje, foi ver o sol nascer, foi ver sem perceber o que havia de errado, olhou para o lado só tinha a parede, bateu a cabeça com força, acordou o vizinho para ir pro trabalho, tomou um doce e fumou um cigarro, fez uma viagem interior.
Na primeira parada encontrou duas putas bolivianas, drogadas e com sono, com fome de sexo, sorriu e seguiu, na segunda  conversou com as pulgas de um cachorro belga, não se sentia sozinho, foi andando de mansinho e entrou numa casinha velha e verde, foi ver de perto quem ali habitava, na entrada ficou pensando, deve ser alguém que teve uma vida cara e hoje paga o preço... Tcharam, ali estava, Sr. Américo Futuro, sentado no vaso, cheirando o sovaco e coçando o saco, velho e fedido, largado e fodido, sozinho e sem paz.

Álisson Bonsuet

Nenhum comentário:

Postar um comentário