sábado, 12 de fevereiro de 2011

A vida de uma prostituta

Antes de falar desse assunto quero dizer que não estou influenciando nenhuma jovem a virar garota de programa e nem estou querendo que ninguém seja visto com os olhos de uma sociedade opressora, só estou querendo fazer os leitores desse blog pensarem sobre o assunto.

   Uma pessoa nascida e criada onde a fome, a morte, a miséria e a violencia são comuns tendem a continuar esse ciclo onde o viver não existe, só o que existe é a dependência da sobrevivencia.
   
   Na selva "natural" os fortes sobrevivem, já na selva de pedra onde o capital é o mais importante para a sobrevivencia, o mais rico (em relação a dinheiro) tem mais chances de vida.

  A personagem dessa história não tem nome, ela é apenas mais um número para a falsa classe superior, o n° 35 foi escolhido para ela pois é a quantidade de vezes em que ela foi presa.
  
  N° 35 nunca teve a oportunidade de estudar em uma boa escola nem de estar em um bom emprego, não que o emprego dela seja desmerecedor, ela é prostituta aos 17 anos, foi estuprada pelo patrão aos 8 anos quando trabalhava de doméstica para poder ajudar a mãe e os 4 irmãos.

  A sociedade encherga n° 35 como mais uma pessoa a margem, ninguém sabe o que acontece realmente na vida de um sujeito para que o mesmo se torne bom ou ruim aos olhos de quem vê, mas de certa forma n° 35 tinha um sonho, ela queria ser professora, estudava pela manhã e trabalhava a noite, foi em uma dessas noites que conheceu um homem rico, bem vestido, com carro importado, e que não significava só um número para as outras pessoas, ele tinha nome, era doutor, ele fez dois programas com ela e no segundo conversaram, ele perguntou então:
- O que você pode me ensinar?
- Eu posso te ensinar a viver
- Você sabe como viver nas ruas?
- Sim eu sei 
- Você sabe como lidar com os traficantes?
- Sim eu sei
   
E assim por diante a conversa continuou, descobriu-se que em relação a verdadeira vida, n° 35 sabia muito mais que qualquer médico, ou atuante na área de ciencias.


  Seis meses depois n°35 descobre portar Aids, como se manter viva tendo uma mãe invalida, irmãos pequenos, não ter tido pai presente, e tendo ainda que tomar um coquetel de remédios? Como a sociedade em que ela vive é um "centro captalista" onde há culto ao dinheiro e não há respeito para os desprovidos dos mesmos, ela tem que roubar para se manter viva e manter a sua familia viva também.

  Os olhos que julgam são os mesmos olhos que sofrem com a violência dos que são julgados, 12 anos depois n° morre, porém não deixou para trás apenas um número, ela deixou um nome, Professora Ágata Guimarães.

  Não se deve julgar as pessoas em hipotese alguma, todos são iguais, a hipocrisia exite e todos praticam ela, vamos tentar olhar para dentro de si antes de julgar as pessoas, todos são iguais, sempre, mesmo em um mundo totalmente captalista.

  Não sou moralista nem quero ser, apenas penso, logo existo... :D


 

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